2008-2010
O Champalimaud Centre for the Unkwown (Centro de Investigação da Fundação Champalimaud) desenvolve a sua atividade nas áreas das neurociências e do cancro, através de programas de investigação e da prestação de serviços clínicos de excelência, levando também a cabo, fora de portas, um programa de luta contra a cegueira. Construído em dois anos, em Lisboa, o complexo divide-se em três edifícios e jardins a espaço aberto.
A empreitada foi dividida em três fases. Na primeira foram realizados os trabalhos de demolições, escavação e contenção periférica, fundações e desvio de um intercetor de águas pluviais. A segunda consistiu na construção dos três edifícios que albergam os laboratórios de investigação, áreas de consulta, diagnóstico e tratamento oncológico – Quimioterapia e Radioterapia. De uma forma resumida, os edifícios são constituídos por estrutura mista de betão armado e estrutura metálica, com lajes fungiformes nervuradas aligeiradas com moldes recuperáveis, lajes maciças vigadas, lajes sobre chapa colaborante tipo Haircol 59S apoiadas em vigas metálicas, lajes aligeiradas com blocos de poliestireno expandido suportadas por vigas metálicas embebidas na laje e lajes fungiformes nervuradas aligeiradas com cofragem perdida em blocos de polipropileno reciclado. Os pilares e paredes resistentes são na generalidade em betão armado, sendo a sua quase totalidade de carácter mais arquitetónico do que estrutural. É o caso da parede de separação entre o exterior e o Jardim Tropical, com cerca de 16 m de altura e com três grandes aberturas de forma elíptica, executada em betão armado com 50 cm de espessura.
No coração da Edifício A está o bloco central, com os centros de diagnóstico e de tratamento nos pisos inferiores, e com os laboratórios nos pisos superiores. Este edifício é também constituído por dois jardins distintos. O jardim virado a Oeste é designado por jardim ZEN e é um espaço exclusivo aos utentes e o jardim virado a Sul denomina-se por Tropical pela enorme variedade de plantas com aquelas características, podendo ser frequentado por qualquer pessoa que visite o centro. No piso -1 existe também um espaço denominado por Biotério. Trata-se de um espaço “isolado” com características antibacterianas cujo objetivo é realizar experiências/estudos sobre animais (ratos, peixes e moscas). Os revestimentos realizados nestas salas foram com base em produtos epóxis extremamente resistentes e antibacterianos. O piso 0 é ocupado por gabinetes de consultas, zonas de análises clínicas e exames especiais. No primeiro piso, estão localizados os laboratórios de investigação, distribuídos à volta do jardim tropical, os laboratórios de apoio e os gabinetes dos investigadores, estes com vista para a Marina e para o Oceano. Estes espaços culminam numa biblioteca de dois pisos localizada numa posição fulcral na intersecção das duas alas, o que a torna num local de encontro de cientistas e de utentes. A sudoeste encontra-se um espaço de reserva para expansão consoante as necessidades futuras. Para nordeste estão a cafetaria o ginásio, com vista para o Oceano. O segundo piso é o último piso de laboratórios, com aberturas francas para o piso inferior que ligam os dois níveis, de modo a incentivar e facilitar a interação entre os profissionais, que é essencial na investigação científica.
No piso de entrada do Edifício B há uma área de exibições, um auditório e uma área de restauração com entradas próprias, de forma a poderem ser utilizados separadamente ou em conjunto. No piso superior estão os escritórios da Fundação, que comunicam com os serviços administrativos da Edifício A através de uma ponte em vidro.
O Edifício C comporta o anfiteatro exterior ao ar livre para a realização de espetáculos musicais, sessões científicas ou artísticas.
O espaço aberto do Centro Champalimaud está aberto ao público, podendo ser usado por todos. É composto por jardins panorâmicos com uma grande variedade de árvores e áreas verdes e restantes áreas públicas.
A Fundação Champalimaud adota a metodologia translacional, que estabelece uma ligação direta e de interdependência entre a investigação básica e a atividade clínica. Promover a saúde e bem-estar da humanidade, procurando intervir ativamente na procura de soluções que aliviem o peso que a doença tem nas sociedades e no indivíduo, são os princípios pelos quais se rege.