2008-2009
Integrada no Lote 1 do Programa de Modernização do Parque Escolar, destinado ao Ensino Secundário, a intervenção na Escola Gil Vicente, em Lisboa, procedeu-se quer ao nível do campus exterior, com a criação de novos edifícios, quer ao nível do interior dos edifícios existentes, através de reforços e introdução de novos elementos estruturais.
Nos edifícios existentes, edifícios A, B, C e D, foram mantidas as paredes de alvenaria resistentes originais, assim como todas as lajes e coberturas.
O edifício A, o mais intervencionado, foi alargado através da construção de um piso inferior em que foi necessário proceder ao reforço e prolongamento das fundações dos pilares existentes, e das paredes exteriores dos edifícios contíguos, com recurso a microestacas.
No edifício B, foi demolida uma parte da laje existente e reforço estrutural para dar lugar a uma nova escada. A execução da cozinha obrigou ao reforço de vários pilares e paredes do edifício existente, bem como à execução de novos pórticos de betão armado “agarrados” à estrutura existente, de modo a se conseguir “encaixar” a nova arquitetura. As outras intervenções interiores aparecem com menos impacto, sendo essencialmente o alargar de vãos de portas de salas de aula e a criação de novos vãos. As arcadas existentes foram encerradas para dar lugar a novas salas de aula e criado um novo corredor. Neste corredor, foram abertos vãos numa parede/muro de contenção existente, que dão acesso a uma zona nova inserida neste edifício. O piso de cota mais baixa deste edifício, foi ainda alvo de uma ampliação, para a inserção da nova cozinha. Devido à implantação de equipamentos de AVAC na laje de esteira deste edifício, que traduzem numa sobrecarga elevada e para a qual a laje não se encontra dimensionada, foi implementada uma nova estrutura metálica para suportar os esforços transmitidos pelos referidos equipamentos.
No edifício C foi também demolida uma parte da laje existente e reforço estrutural para dar lugar a uma nova escada. Foram ainda alargados os vãos de portas e introduzidos no edifício dois elevadores.
No edifício D, foi reforçada a cobertura existente de estrutura em madeira, com introdução de reforços metálicos nas asnas e nós. Em termos de reforços à ação sísmica, o projetista optou por reforçar as paredes estruturais dos Blocos A e B através de rede de metal + reboco projetado. Criou também estruturas metálicas (pilares e vigas) de travamento nas arcadas dos Blocos A e B.
Os edifícios E e F são construções novas. O edifício E tem dois pisos e foi constituído essencialmente por salas de aula, espaço de teatro e balneários. O edifício F inclui a construção de bancadas e cobertura dos campos de jogos exteriores.
Um dos grandes desafios inerentes a toda esta operação residiu na conciliação da execução dos trabalhos com o normal funcionamento das escolas, com vista a assegurar a realização das mesmas, bem como a realização dos trabalhos de requalificação em segurança e com o mínimo de perturbação possível para todas as partes envolvidas.
De salientar que o prazo dos trabalhos foi prejudicado por achados arqueológicos aquando do movimento de terras.