Integrada no Lote 1 do Programa de Modernização do Parque Escolar, destinado ao Ensino Secundário, a intervenção neste prestigiado estabelecimento envolveu tanto a criação de novos edifícios no campus exterior como a renovação profunda dos interiores dos edifícios existentes, através de reforços e introdução de novos elementos estruturais.
Nos edifícios A, B, C e D, foram mantidas as paredes de alvenaria resistentes originais, bem como todas as lajes e coberturas. O edifício A, o mais abrangido pela intervenção, foi ampliado com a construção de um piso inferior, exigindo o reforço e prolongamento das fundações dos pilares existentes e das paredes exteriores dos edifícios contíguos, utilizando microestacas.
No edifício B, foi necessária a demolição parcial da laje existente e o reforço estrutural para a construção de uma nova escada. A execução da cozinha obrigou ao reforço de vários pilares e paredes do edifício, além da implementação de novos pórticos de betão armado integrados na estrutura existente, de modo a acomodar a nova arquitetura. Outras intervenções incluíram o alargamento de vãos de portas de salas de aula e a criação de novos vãos. As arcadas foram fechadas para criar novas salas de aula e um novo corredor, com aberturas em uma parede de contenção para acesso a uma nova zona inserida neste edifício. O piso mais baixo foi ampliado para incluir a nova cozinha. Devido à instalação de equipamentos de AVAC na laje de esteira, foi implementada uma nova estrutura metálica para suportar os esforços adicionais.
No edifício C, uma parte da laje foi demolida e reforçada para dar lugar a uma nova escada, além de alargar os vãos de portas e introduzir dois elevadores. No edifício D, a cobertura em madeira foi reforçada com elementos metálicos nas asnas e nós. Para reforçar a resistência sísmica, foram aplicadas redes de metal e reboco projetado nas paredes estruturais dos Blocos A e B, e criadas estruturas metálicas de travamento nas arcadas dos mesmos blocos.
Os edifícios E e F são novas construções. O edifício E, com dois pisos, inclui salas de aula, um espaço de teatro e balneários. O edifício F dispõe de bancadas e uma cobertura para os campos de jogos exteriores.
Um dos grandes desafios desta intervenção foi conciliar a execução dos trabalhos com o normal funcionamento da escola, garantindo a realização das obras de requalificação com o mínimo de perturbação possível. Destaca-se também, que o prazo dos trabalhos foi afetado por achados arqueológicos durante o movimento de terras, adicionando uma camada extra de complexidade ao projeto.
Esta intervenção não só modernizou a Escola Secundária Gil Vicente, mas também preservou e valorizou o seu património histórico, assegurando que a instituição continue a ser um marco educacional e cultural em Lisboa.